Apresentação

  
      Espaço criado para divulgar ideias e materiais que incentivem a formação do leitor, através da motivação para a leitura e principalmente pelo contato e manipulação de obras literárias.
      Somos estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Ouro Preto e, através deste espaço, buscamos divulgar, além da atividade final realizada na disciplina Ensino e Organização do Trabalho Pedagógico II, materiais que julgamos relevantes para o incentivo à formação de leitores. Neste sentido, destacamos como positiva a iniciativa da professora Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende, que ao propor-nos uma atividade instigante e desafiadora, exigiu pesquisas, reflexões e construções. Desse modo, agradecemos a professora e as nossas tutoras Ana Leila, Sandra e Narita pelo apoio durante a realização da atividade.
     Como estudantes de Pedagogia, destacamos a importância da presença da Literatura no ambiente escolar, ressaltando que é papel do educador estimular o contato dos estudantes com obras que despertem a fantasia e promovam a reflexão acerca dos temas conflitantes que permeiam o cotidiano, como a construção da identidade e o respeito ao multiculturalismo.
     Também enfatizamos que a realização de projetos que incentivem o contato com obras literárias desde as séries iniciais da Educação Básica e principalmente a utilização da Literatura como fruição e apreciação estética pode contribuir decisivamente para a formação de leitores. Desse modo, apresentamos o projeto “Literatura Infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar”, como uma proposta para incentivar os estudantes a apreciarem a leitura pelo prazer de ler. 
      
       Sejam bem-vindos ao nosso espaço! Comentem, deixem sugestões...
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O Cabelo de Lelê


Apreciação estética literária: possibilidades de uma educação para o respeito à diversidade






















Justificativa
   
     Conceber a diversidade como condição intrínseca da humanidade, não significa precisamente relacioná-la ao racismo e às desigualdades que geram conflitos e injustiças.  Em um contexto social permeado por diferenças, a educação configura-se como importante e essencial espaço onde se desenvolve condições para o respeito e valorização da diversidade. Nesta perspectiva, a educação, como atividade humana e social, voltada para a humanização e o viver bem em sociedade, encontra delimitações políticas e culturais que, no decorrer da história, enfocou de diferentes maneiras a questão da diversidade humana, ora acentuando as diferenças, ora ignorando-as sob a justificativa de uma democracia racial.
          A diversidade humana, embora seja atualmente considerado fator enriquecedor de culturas, esbarra na tênue linha que separa a mitificação da miscigenação da população brasileira e o racismo aberto e repugnante ainda presente nas escolas. Como processo essencial na formação de um indivíduo e fator corroborante no desenvolvimento da sociedade, a educação não encontra espaço para omitir-se ou permanecer estagnada diante do racismo escancarado e da falsa homogeneização racial, difundido pelo mito da democracia racial . Neste sentido, Martins e Gomes (2010) destacam que algumas ações já podem ser presenciadas na educação, inclusive através de políticas educacionais, como a lei 10.639/03  e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, muitas delas conquistadas através de movimentos sociais. Desse modo, as perspectivas para o ensino voltado para o respeito à diversidade deve ser uma preocupação cotidiana dos profissionais da educação, buscando apoio teórico e de materiais didáticos e paradidáticos, que segundo as autoras já estão recebendo uma reformulação a fim de atender a concretização de uma educação realmente democrática.
            Como um meio de desenvolver a temática alusiva a formação para o respeito à diversidade, a obra literária como aprimoramento da sensibilidade estética pode configurar-se como importante aliado do professor, no sentido de oportunizar aos estudantes o contato com histórias que emocionam, divertem, sensibilizam e promovem a reflexão. Destarte, a educação escolar não pode omitir-se das suas responsabilidades de promoção da cidadania, priorizando a abertura de espaços onde se propicie a construção de cidadãos autônomos e conscientes de suas responsabilidades sociais, conforme orientam os estudos de Paulo Freire (1997). Como profissional da educação, o professor deve selecionar obras literárias que contribuam para a formação de leitores, explorando-as em seus amplos sentidos, de modo que o leitor tenha condições de desenvolver a apreciação estética e absorver as reflexões propostas pela obra.
        Considerando o contexto histórico e social na qual a instituição escolar está inserida e concebendo a educação como um fator influenciado pelas práticas históricas e sociais, que por décadas inferiorizaram a cultura afro-brasileira, sobretudo a partir do ponto de vista europeu, é importante que a escola promova a construção da identidade positiva dos afrodescendentes, como a cor da pele e o cabelo os quais, de acordo com Gomes (s.d.), são fundamentais na construção da identidade negra, portanto, não podem ser encarados apenas como dados biológicos, já que possibilitam a construção social, cultural, política e ideológica da beleza negra, buscando uma ressignificação das características desses indivíduos. Segundo a autora, a escola é um importante espaço para a desconstrução dos fatores negativos relacionados ao cabelo crespo e, consequentemente abre-se uma oportunidade para a construção da identidade negra. Nesse sentido, a obra O Cabelo de Lelê  (PNBE, 2008), citada por Martins e Gomes (2010), é um importante exemplar para oportunizar aos estudantes, o contato com uma história que enfoca a estética negra como um importante fator na construção da identidade, pois através da busca em “dar um jeito no cabelo crespo”, Lelê mergulha na história dos países africanos e passa a contextualizar sua aparência, valorizando suas características.
           Desse modo, a proposta de atividade de leitura da obra O Cabelo de Lelê, é uma oportunidade de proporcionar aos estudantes o contato com uma literatura infantil, que encanta pela harmonia do seu texto, muitas vezes com rimas, diverte o leitor com as ilustrações e pode sensibilizar, despertando a senso estético e contribuindo para a construção de uma identidade positiva da beleza negra.

Sugestão de público
        Esta atividade tem como público alvo, estudantes do primeiro ano do ensino fundamental.
Objetivos
•    Oportunizar aos estudantes o contato, apreciação e manipulação de uma obra literária;
•    Despertar o gosto pela leitura, vislumbrando a obra literária em seu sentido estético, a fim de contribuir para a formação de leitores;
•    Propiciar um momento de reflexão acerca da estratégia utilizada pela personagem Lelê em busca de resolver um conflito pessoal;
•    Utilizar a apreciação estética literária para contribuir com a construção positiva da identidade dos estudantes afrodescendentes, além de estimular a construção do respeito à diversidade e da autoestima.

Material didático

Diversos exemplares da obra: O Cabelo de Lelê
Painel com a ilustração representativa da personagem Lelê
Cachinhos de E.V.A. preto , lã colorida, macarrão parafuso, lacinhos, fitas e outros acessórios para o cabelo.

Desenvolvimento
         Organizar a roda da leitura, com os alunos dispostos em círculos e sentados no chão, permitindo que todos tenham acesso ao livro que será lido. Esse momento é importante, pois se pretende não a penas contar uma história, mas oportunizar o contato e a manipulação de uma obra literária, sorvendo-a em seus mínimos detalhes, como capa, contracapa, ilustrações, formatos das letras, enfim, buscar despertar todos os sentidos possíveis com a manipulação da obra. Desse modo, é importante que o professor leve vários exemplares, a fim de dinamizar a atividade, entretanto, caso não seja possível, o educador não deve considerar o fato como empecilho para a realização da atividade, mas promover as possíveis adaptações.
Após o momento de contato/manipulação do livro, o professor inicia a leitura da história, sempre com eloquência, para que os estudantes possam mergulhar e sentir toda a atmosfera de encantamento produzida pela obra. É importante ressaltar que se trata de uma leitura expressiva e não de uma contagem de história, uma vez que se busca com a atividade, promover a formação de leitores literários.
Após a leitura será aberto um espaço para que todos possam expressar suas reações perante a história, sendo necessário, nesse momento que o professor oriente a discussão no sentido de oportunizar aos estudantes uma reflexão que contribua para a construção da identidade dos estudantes, relacionando as características físicas aos fatores como a descendência, por exemplo, aproveitando o momento para aprofundar a discussão acerca da história lida.
        Como estratégia para ressaltar a construção positiva da identidade, o educador pode retomar trechos do livro, como o início, onde a personagem Lelê afirma não gostar “do que vê” e a transformação que a personagem apresenta após entender as suas raízes e ter contato com a historiografia africana. No trecho, “De onde vêm tantos cachinhos?, pergunta, sem saber o que fazer/ Joga pra lá, puxa pra cá/ Jeito não dá, jeito não tem./ De onde vêm tantos cachinhos, a pergunta se mantém”, a autora instiga a busca da construção da identidade e ao relatar que “Depois do Atlântico, a África chama/ E conta uma trama de sonhos e medo/ De guerras e vidas e mortes no enredo/ também de amor no enrolado cabelo/ Puxado, armado, crescido, enfeitado/ Torcido, virado, batido, rodado/ São tantos cabelos, tão lindos, tão belos!”, há uma oportunidade de fortalecer a ressignificação das características étnicas dos estudantes afrodescendentes, bem como propiciar a valorização da diversidade.
             A transformação da personagem durante a história, apresentada pela narrativa ritmada deve ser aproveitada pelo professor, enfatizando trechos onde os alunos possam compreender que a mudança da personagem ocorre em virtude da aceitação de sua própria imagem, o que ocorre a partir do momento em que conhece a cultura de seus descendentes: O cabelo de Lelê” apresenta; “Lelê gosta do que vê!/ Vai à vida, vai ao vento/ Brinca e solta o sentimento/ Descobre a beleza de ser como é/ Herança trocada no ventre da raça/ Do pai, do avô, de além-mar até”. O livro aborda ainda o aspecto da aceitação e respeito do outro: “O negro cabelo é pura magia/ Encanta o menino e a quem se avizinha”. E finaliza dizendo: “Lelê já sabe que em cada cachinho/ Existe um pedaço de sua história/ Que gira e roda no fuso da terra/ De tantos cabelos que são a memória/ Lelê ama o que vê! E você?
           O final da história mostra que todos podem buscar a sua identidade e incentiva a construção da autoestima através da aceitação das próprias características, além do reconhecimento e aceitação do outro, fatores tão importantes nessa faixa etária, onde a identidade está se formando.

Finalização da atividade
            Para finalizar a atividade, será proposta a representação da personagem Lelê em um painel, inspirada nas páginas 16 e 17, que trazem Lelê com diferentes penteados. Todos os alunos terão a oportunidade de contribuir com a construção do cabelo, utilizando diversos materiais e acessórios.
      Dando continuidade a temática, a professora apresentará outros títulos que ficarão disponíveis no cantinho da leitura, para que os estudantes possam levar para casa, sendo sugerido As tranças de Bintou de Sylviane A. Diouf e ilustraçãode Shane W. Evans. E Menina Bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado, publicado pela editora Ática.

Considerações finais
       A literatura infantil em sua apreciação estética propicia aos estudantes a oportunidade de se encantarem com as histórias e ao mesmo tempo refletirem sobre questões que estão presentes em seu cotidiano, como a discussão acerca da construção positiva da identidade e autoestima. Nesse sentido, a obra literária O cabelo de Lelê é um importante exemplo de como encantar pelo prisma da fantasia, possibilitando aos educandos uma oportunidade de desenvolverem seu senso crítico perante fatores como a estética e sua relação com a construção da identidade e aceitação das diferenças.

Referências bibliográficas:
BRASIL. Lei n. 10.639, de 09/01/2003. “Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’ e dá outras providências”. Conferir Revista Afro-UFU – Março 2006. Edição Única.

GOMES, Nilma Lino. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Disponível em < http://www.rizoma.ufsc.br/pdfs/641-of1-st1.pdf> Acesso em 22 de abril de 2012.

GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p. 167-182, jan./jun. 2003.

MARTINS, Aracy Alves. GOMES, Nilma Lino. Literatura infantil/juvenil e diversidade: a produção literária atual. Literatura: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 204 p.  (Coleção Explorando o Ensino; v. 20)

OLIVEIRA, Ana Arlinda de. O professor como mediador de leituras literárias. Literatura: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 204 p.  (Coleção Explorando o Ensino; v. 20)


Livros literários
BELÉM, Valéria. O cabelo de Lelê. Ilustr.: Adriana Mendonça. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.

DIOUF, Sylviane A. As tranças de Bintou. Trad. Charles Cosac. Ilustrações Shane W. Evans. São Paulo: Cosac Naify, 2004

MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. Ática - 7 º Edição - 2000  24 p.
      

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Projeto Literatura infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar

 
Introdução  
     Possibilitar aos estudantes uma aprendizagem significativa tem sido uma preocupação constante de estudiosos como Magda Soares, Telma Weisz, Ângela Kleiman, Paulo Freire, entre outros. Esses educadores destacam a importância da leitura para a construção da cidadania, sendo a escola “agência de letramento” (SILVA e MARTINS, 2010), considerada o espaço essencial para o desenvolvimento e formação do leitor. Segundo Freire (1996), mais que decodificar palavras e memorizar grandes obras, a escola necessita promover e valorizar a leitura interativa, incentivando os estudantes ao debate, ao engajamento político e social, tornando a leitura uma prática prazerosa e necessária, indispensável ao desenvolvimento do pensamento crítico, independente e criativo.
     

Projeto Literatura Infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar

1. IDENTIFICAÇÃO
 

Projeto de trabalho: Literatura Infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar
Cursistas: Evanice Urbano da Silva; Marinalva Borba de Sousa; Viviane da Silva Pereira Máximo e Viviane Marques de Oliveira.                                 
Série/ciclo: 3º ano                                                        


2. PROBLEMATIZAÇÃO      
       Considerando que os estudantes estão inseridos numa sociedade onde circulam diferentes gêneros textuais, é função da escola prepara-los para ler, produzir e interpretar as informações presentes nesses textos. Contudo, a leitura não pode ser encarada apenas em seu caráter funcional e utilitário, uma vez que a literatura pode ser uma fonte de descoberta e colaboração para a construção da identidade, além de colocar em evidência questões e conflitos que permeiam o universo infantil. Como as obras literárias nem sempre estão acessíveis à maioria da população, que somente encontra oportunidades de conhecê-las no ambiente escolar, é fundamental a mediação do professor no sentido de oferecer textos literários que contribuam para a formação do leitor e estimulem a prática da leitura como fruição e aprimoramento da sensibilidade estética. Oliveira (2010) defende a importância de se trabalhar a Literatura na escola de forma integral, ou seja, explorando todas as possibilidades de interpretação e de estética sugeridas pelos textos literários, tornando os estudantes bons leitores, como também, apreciadores, a fim de que as aulas de Literatura, além da construção de conhecimentos, contribuam para estimular a criatividade e despertar emoções. 
      Por meio da experiência de observação do cotidiano escolar propiciado pela realização das disciplinas de Estágio I e II de modo sistematizado e indissociável da teoria estudada no decorrer do curso de Pedagogia e das reflexões sobre as especificidades da prática pedagógica e seus impactos no desenvolvimento dos estudantes, foi possível perceber que, embora mencionada no Projeto Político Pedagógico da maioria das escolas, a Literatura infantil como fruição nem sempre encontra espaço na sala de aula, privando os estudantes de ampliarem a sua aptidão como leitor.

3. JUSTIFICATIVA
       A importância da Literatura no cotidiano escolar está presente nas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais e faz parte dos diversos materiais divulgados pelo Ministério da Educação como o GESTAR – Língua Portuguesa, Coleção Explorando o Ensino – Língua Portuguesa e Literatura Infantil, entre outros. Entretanto, a prática educativa nem sempre contempla o uso da Literatura como fruição, tendendo a priorizar o uso da leitura em seu sentido utilitário, muitas vezes descontextualizado e sem nenhuma motivação que incentive a formação do leitor crítico e autônomo. 

       Por considerar que “na escola, quem propõe a fantasia, quem estimula a imaginação da criança, é o professor, quando faz boas mediações, oferecendo textos literários com qualidade” (OLIVEIRA, 2010), reconhecemos que é papel do educador estimular o contato dos estudantes com obras que despertem a fantasia e promovam a reflexão acerca dos temas conflitantes que permeiam o cotidiano, como a construção da identidade e o respeito ao multiculturalismo. 

4. OBJETIVO GERAL
        Oportunizar aos estudantes o contato, apreciação e manipulação de obras literárias, visando o despertar do gosto pela leitura e a formação de leitores críticos e autônomos.

4.1 Objetivos específicos
•    Despertar o gosto pela leitura, vislumbrando a obra literária em seu sentido estético, a fim de contribuir para a formação de leitores;
•    Propiciar um momento de reflexão a partir das estratégias utilizadas por personagens perante situações conflituosas;
•    Utilizar a apreciação estética literária para contribuir com a construção positiva da identidade dos estudantes, além de estimular a construção do respeito à diversidade e da autoestima
•    Estimular a prática docente voltada para a utilização da Literatura infantil no espaço escolar, de modo que haja cotidianamente o incentivo à formação de leitores.

5. DESENVOLVIMENTO
     Estimulando a participação ativa dos estudantes, o projeto prevê as seguintes etapas e metodologias:
•    Apresentação, discussão e reformulação do projeto, através da reunião com os alunos em semicírculo e da leitura e explicação da síntese do projeto;
•    Seleção coletiva das obras, através de um círculo de leitura;
•    Construção do Cantinho da Leitura, onde serão expostas as obras não selecionadas para o projeto;
•    Preparação do ambiente motivador para a leitura, buscando surpreender e cativar os estudantes para o universo mágico da literatura;
•    Utilizar diferentes estratégias para a leitura e apreciação das obras, que serão sempre acompanhadas pelo professor;
•    Propor a discussão e releitura da história, com a produção de textos, desenhos, confecção de painéis, encenação, etc;
•    Produção de um portifólio e postagem no blog para o acompanhamento do projeto;
•    Autoavaliação do projeto e dos participantes;
•    Apresentação dos trabalhos desenvolvidos para toda a escola.   


6. AVALIAÇÃO E RESULTADOS ESPERADOS

        A proposta do projeto “Literatura Infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar” tem como objetivo principal a contribuição para a formação de leitores, desse modo, é essencial avaliar o alcance desse objetivo, através da observação quanto ao envolvimento e participação dos estudantes, não só pelas atividades propostas, mas pela sugestão de leituras espontâneas das obras disponíveis no Cantinho da Leitura.
     Espera-se que, além de participar da leitura selecionada, que os estudantes sintam-se motivados e tenham a iniciativa de apreciar outros títulos. 


7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, Ana Arlinda de. O professor como mediador de leituras literárias. Literatura: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 204 p. (Coleção Explorando o Ensino; v. 20).
 

MARTINS, Aracy Alves. GOMES, Nilma Lino. Literatura infantil/juvenil e diversidade: a produção literária atual. Literatura: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 204 p. (Coleção Explorando o Ensino); v. 20.
 

SILVA, Márcia Cabral da. MARTINS, Milena Ribeiro. Experiências de leitura no contexto escolar. . Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 204 p. (Coleção Explorando o Ensino; v. 20).


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Literatura: Conhecimento, Criatividade e Emoção


Literatura: Conhecimento, Criatividade e Emoção


A Literatura possibilita refletir sobre fatos ou fenômenos reais a partir de elementos imaginários, provenientes da criatividade e das emoções. Mais que uma simples decodificação de palavras, frases e parágrafos, o texto literário convida o leitor a interagir diretamente com as histórias, com os personagens, promovendo um diálogo entre o real e o imaginário, entre a vida e a ficção, estimulando a criatividade, provocando conflitos, dúvidas, comparações, sonhos, fazendo da leitura mais que uma experiência de aprendizado, uma viagem, um mergulho num mundo em que todas as coisas são possíveis, contribuindo para o desenvolvimento da estética, uma vez que suscita sentimentos, formas, cores, sabores, cheiros etc.   Segundo Oliveira (2010), esse caráter criativo e estético da  Literatura deve ser explorado pela escola, que, necessita superar a forma fria e mecânica de trabalhar os textos literários enquanto meros complementos cuja principal função é reforçar o ensino de conteúdos ou valores. A autora destaca que essa proposta pedagógica de se trabalhar o texto literário favorece o desenvolvimento de uma leitura enfadonha e limitada, pois, muitas vezes, os professores propõem a leitura de determinadas obras apenas para que os estudantes consigam responder as questões apresentadas nas famosas fichas de leitura, desconsiderando outras interpretações, sensações e significados que surgiram no decorrer da leitura, impedindo a liberdade de expressão permitida pela Literatura.

Na contramão dessa proposta, Oliveira (2010) defende a importância de se trabalhar a literatura na escola de forma integral, ou seja, explorando todas as possibilidades de interpretação e de estética sugeridas pelos textos literários, tornando os estudantes bons leitores, como também, apreciadores, a fim de que as aulas de Literatura, além da construção de conhecimentos, contribuam para estimular a criatividade e despertar emoções. A partir desses ideais, considera imprescindível o professor assumir o papel de mediador entre os estudantes e os textos literários, refletindo como suas experiências com a leitura e sua formação inicial e continuada influenciam nessa prática. Enfatiza que antes do professor propor a leitura de uma obra literária para os estudantes é importante que ele leia e analise a obra exercitando a imaginação, sentindo emoções, como também, construindo conhecimentos. Nesse sentido, advoga a ideia de que para contribuir para a formação de bons leitores e apreciadores de textos literários é indispensável que o professor seja um bom leitor e apreciador, influenciando os estudantes na teoria e na prática.
É importante mencionar que Oliveira (2010) sugere essas possibilidades de se trabalhar a Literatura na escola desde os anos iniciais da Educação Básica, argumentando que o professor deve atentar para os estágios de desenvolvimento (psíquico, intelectual, social, cultural etc.) em que se encontram os estudantes, propondo textos que trabalhem temáticas ou questões presentes no dia-a-dia, demonstrando que a Literatura utiliza-se de vários recursos (linguísticos, artísticos etc.) para analisar as diversas realidades. Ao destacar os anos iniciais da Educação Básica, Oliveira (2010) afirma que o professor pode empregar vários recursos como: fantoches, dramatizações, rodas de leitura etc. para incentivar a leitura dos textos literários, favorecendo a interação e o desenvolvimento dos estudantes quanto a leitura, escrita, criatividade, oralidade, expressão corporal, imaginação, crítica etc. Para complementar essas sugestões, Oliveira (2010) informa a urgência do professor e da escola aprenderem a analisar os textos literários a partir de critérios estéticos, avaliando não somente a capa, o título ou as imagens das obras, mas o conteúdo, a linguagem, a abordagem do tema, evitando o julgamento errôneo e precipitado dessas obras.
Ao analisarmos esse aspecto, nos recordamos do episódio que vivemos na 4ª série do Ensino Fundamental (atual 5º ano) quando fomos impedidas pela bibliotecária da escola de pegar emprestado os livros E agora, mãe?, escrito por Isabel Vieira,  e  A droga da obediência, escrito por Pedro Bandeira, por critérios não estéticos, isto é, o primeiro pela capa que trazia uma adolescente grávida e o segundo pelo título que, segundo a bibliotecária, não era um livro bom, pois apresentava o ato de obedecer como uma droga, ou seja, uma ação negativa.















Ao desconhecer os conteúdos do livro, nossa bibliotecária, naquele momento, nos impediu de realizarmos uma leitura, uma viagem, uma interação e reflexões sobre temáticas que presenciávamos em nosso universo pré-adolescente como: gravidez precoce e o uso de drogas. Consideramos que essa recusa, estimulou ainda mais nossa curiosidade pelos conteúdos dos livros e, para termos acesso a eles, executamos um plano infalível: pedimos para minha irmã mais velha, que na época estava no Ensino Médio, pegar os livros, fingindo que era para ela. Por meio dessa estratégia, tivemos a oportunidade de nos deliciar com a leitura desses livros, construindo conhecimentos, desenvolvendo a criatividade e experimentando emoções.
  
Referências Bibliográficas

BANDEIRA, Pedro. A droga da obediência. São Paulo: Moderna, 1992.

OLIVEIRA, Ana Arlinda de. O professor como mediador das leituras literárias. In: Coleção Explorando o Ensino. Vol. 20. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, p. 41-54, 2010.

VIEIRA, Isabel. E agora, mãe? 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1992.

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Divulgando o projeto " Literatura infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar


Para divulgar o projeto "Literatura infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar", apresentamos o vídeo "Leitura no espaço escolar", onde destacamos a importânca a literatura na escola.

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A Escola Plural


Ao contrário da perspectiva tradicional de educação que valoriza a memorização, a repetição, considerando o estudante como um mero objeto do conhecimento, os Referenciais Curriculares da Escola Plural buscam tornar a escola um lugar efetivo de produção de conhecimentos, valorizando seus diversos sujeitos (profissionais da educação, estudantes etc.), destacando e respeitando a diversidade sociocultural presente nesse espaço. Para viabilizar esses referenciais, é indispensável que o professor valorize as experiências sociais dos estudantes, desenvolvendo atividades pedagógicas que promovam o diálogo entre tais experiências e os conteúdos das diversas disciplinas, tornando-os significativos para os estudantes. Desse modo, ao elaborar seu planejamento de ensino, o professor necessita considerar os seguintes aspectos: “as competências a priorizar, os processos pedagógicos a viabilizar, e os conteúdos disciplinares a serem selecionados” (Cadernos Escola Plural 3), concebendo o planejamento enquanto um documento flexível, ou seja, sujeito às mudanças, executando-o por meio de projetos de trabalho e de ações didáticas significativas, dinâmicas, que promovam o confronto entre os conhecimentos prévios e os conhecimentos que serão produzidos, estimulando à curiosidade, a pesquisa, a crítica, a revisão e progressão dos conteúdos, a utilização de várias linguagens, o desenvolvimento de atividades em equipe, o respeito pelas diferenças etc.

Bibliografia
BELO HORIZONTE (Município). Secretaria de Educação. Cadernos Escola Plural 3. Uma proposta Curricular para o 1º e 2º Ciclos de Formação. Belo Horizonte, Rede Municipal, s/d.

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Vídeo "A Literatura nas séries iniciais da Educação Básica"



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Marcador de página de dobradura





       A atividade apresentada aqui foi um dos meios que nossa equipe encontrou para divulgar o blog “Ler e Encantar” para os estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Ouro Preto e tutores presenciais, no Pólo de Apoio Presencial de Araguari – MG, entre outros interessados.
      Este marcador de página pode ser feito em papel ou tecido. Se for fazê-lo em tecido é necessário engomar primeiro.
      Optamos em fazê-lo com papel fantasia.

Veja como fazer no passo a passo a seguir:

                                                                                










Pegue uma folha de papel e faça quadrados de 10 x10 cm





















Dobre o quadrado na diagonal, formando um triângulo, com a parte colorida para fora.








Desdobre, faça o mesmo com a outra diagonal e desdobre novamente. Você vai ficar com duas marcas.




Marque bem a dobra e desdobre em seguida.


Junte as pontas para formar dois triângulos.
Passe a mão para achatar o triângulo formado.


















Dobre a ponta da base do triângulo até a ponta de cima, como na figura.





















Repita com a outra ponta




Desdobre


















Agora, dobre as pontas do triângulo até a marca feita no passo anterior.























Faça o mesmo do outro lado





















Pronto! Agora é só encaixar seu marca páginas!














É uma ótima opção para divulgar títulos de livros, dar como lembrança do Dia do Livro ou apenas enfeitar trabalhos e porta retrato.

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A magia da leitura

Durante a elaboração do Projeto "Literatura infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar" nos permitimos "experimentar" o encanto que os livros de Literatura exercem sobre as crianças. Veja alguns desses momentos:



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