Apresentação
Espaço criado para divulgar ideias e materiais que incentivem a formação do leitor, através da motivação para a leitura e principalmente pelo contato e manipulação de obras literárias.
Somos estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Ouro Preto e, através deste espaço, buscamos divulgar, além da atividade final realizada na disciplina Ensino e Organização do Trabalho Pedagógico II, materiais que julgamos relevantes para o incentivo à formação de leitores. Neste sentido, destacamos como positiva a iniciativa da professora Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende, que ao propor-nos uma atividade instigante e desafiadora, exigiu pesquisas, reflexões e construções. Desse modo, agradecemos a professora e as nossas tutoras Ana Leila, Sandra e Narita pelo apoio durante a realização da atividade.Como estudantes de Pedagogia, destacamos a importância da presença da Literatura no ambiente escolar, ressaltando que é papel do educador estimular o contato dos estudantes com obras que despertem a fantasia e promovam a reflexão acerca dos temas conflitantes que permeiam o cotidiano, como a construção da identidade e o respeito ao multiculturalismo.Também enfatizamos que a realização de projetos que incentivem o contato com obras literárias desde as séries iniciais da Educação Básica e principalmente a utilização da Literatura como fruição e apreciação estética pode contribuir decisivamente para a formação de leitores. Desse modo, apresentamos o projeto “Literatura Infantil: a arte de ler e encantar no espaço escolar”, como uma proposta para incentivar os estudantes a apreciarem a leitura pelo prazer de ler.
Sejam bem-vindos ao nosso espaço! Comentem, deixem sugestões...
Literatura: Conhecimento, Criatividade e Emoção
Posted by Evanice in on 11/07/2012
Literatura:
Conhecimento, Criatividade e Emoção
A Literatura
possibilita refletir sobre fatos ou fenômenos reais a partir de elementos
imaginários, provenientes da criatividade e das emoções. Mais que uma simples
decodificação de palavras, frases e parágrafos, o texto literário convida o
leitor a interagir diretamente com as histórias, com os personagens, promovendo
um diálogo entre o real e o imaginário, entre a vida e a ficção, estimulando a
criatividade, provocando conflitos, dúvidas, comparações, sonhos, fazendo da
leitura mais que uma experiência de aprendizado, uma viagem, um mergulho num
mundo em que todas as coisas são possíveis, contribuindo para o desenvolvimento
da estética, uma vez que suscita sentimentos, formas, cores, sabores, cheiros
etc. Segundo Oliveira (2010), esse caráter criativo e estético da Literatura deve ser explorado pela escola,
que, necessita superar a forma fria e mecânica de trabalhar os textos literários
enquanto meros complementos cuja principal função é reforçar o ensino de
conteúdos ou valores. A autora destaca que essa proposta pedagógica de se
trabalhar o texto literário favorece o desenvolvimento de uma leitura enfadonha
e limitada, pois, muitas vezes, os professores propõem a leitura de
determinadas obras apenas para que os estudantes consigam responder as questões
apresentadas nas famosas fichas de leitura, desconsiderando outras
interpretações, sensações e significados que surgiram no decorrer da leitura,
impedindo a liberdade de expressão permitida pela Literatura.
Na contramão
dessa proposta, Oliveira (2010) defende a importância de se trabalhar a
literatura na escola de forma integral, ou seja, explorando todas as possibilidades
de interpretação e de estética sugeridas pelos textos literários, tornando os
estudantes bons leitores, como também, apreciadores, a fim de que as aulas de
Literatura, além da construção de conhecimentos, contribuam para estimular a
criatividade e despertar emoções. A partir desses ideais, considera
imprescindível o professor assumir o papel de mediador entre os estudantes e os
textos literários, refletindo como suas experiências com a leitura e sua
formação inicial e continuada influenciam nessa prática. Enfatiza que antes do
professor propor a leitura de uma obra literária para os estudantes é
importante que ele leia e analise a obra exercitando a imaginação, sentindo
emoções, como também, construindo conhecimentos. Nesse sentido, advoga a ideia
de que para contribuir para a formação de bons leitores e apreciadores de
textos literários é indispensável que o professor seja um bom leitor e
apreciador, influenciando os estudantes na teoria e na prática.
É importante
mencionar que Oliveira (2010) sugere essas possibilidades de se trabalhar a
Literatura na escola desde os anos iniciais da Educação Básica, argumentando
que o professor deve atentar para os estágios de desenvolvimento (psíquico,
intelectual, social, cultural etc.) em que se encontram os estudantes, propondo
textos que trabalhem temáticas ou questões presentes no dia-a-dia, demonstrando
que a Literatura utiliza-se de vários recursos (linguísticos, artísticos etc.)
para analisar as diversas realidades. Ao destacar os anos iniciais da Educação
Básica, Oliveira (2010) afirma que o professor pode empregar vários recursos
como: fantoches, dramatizações, rodas de leitura etc. para incentivar a leitura
dos textos literários, favorecendo a interação e o desenvolvimento dos
estudantes quanto a leitura, escrita, criatividade, oralidade, expressão
corporal, imaginação, crítica etc. Para complementar essas sugestões, Oliveira
(2010) informa a urgência do professor e da escola aprenderem a analisar os
textos literários a partir de critérios estéticos, avaliando não somente a capa,
o título ou as imagens das obras, mas o conteúdo, a linguagem, a abordagem do
tema, evitando o julgamento errôneo e precipitado dessas obras.
Ao analisarmos
esse aspecto, nos recordamos do episódio que vivemos na 4ª série do Ensino
Fundamental (atual 5º ano) quando fomos impedidas pela bibliotecária da escola
de pegar emprestado os livros E agora,
mãe?, escrito por Isabel Vieira, e A droga da obediência, escrito por Pedro
Bandeira, por critérios não estéticos, isto é, o primeiro pela capa que trazia
uma adolescente grávida e o segundo pelo título que, segundo a bibliotecária,
não era um livro bom, pois apresentava o ato de obedecer como uma droga, ou
seja, uma ação negativa.
Ao desconhecer os conteúdos do livro, nossa
bibliotecária, naquele momento, nos impediu de realizarmos uma leitura, uma
viagem, uma interação e reflexões sobre temáticas que presenciávamos em nosso
universo pré-adolescente como: gravidez precoce e o uso de drogas. Consideramos
que essa recusa, estimulou ainda mais nossa curiosidade pelos conteúdos dos
livros e, para termos acesso a eles, executamos um plano infalível: pedimos
para minha irmã mais velha, que na época estava no Ensino Médio, pegar os
livros, fingindo que era para ela. Por meio dessa estratégia, tivemos a
oportunidade de nos deliciar com a leitura desses livros, construindo
conhecimentos, desenvolvendo a criatividade e experimentando emoções.
Referências
Bibliográficas
BANDEIRA, Pedro. A droga da
obediência. São Paulo: Moderna, 1992.
OLIVEIRA, Ana Arlinda de. O professor como mediador das leituras
literárias. In: Coleção Explorando o
Ensino. Vol. 20. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica, p. 41-54, 2010.
VIEIRA, Isabel. E agora,
mãe? 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1992.